Texto de @mariormaggioni “MARIO, FILHO DE MARIA
Na semana passada, estive em São Paulo. Participei do Congresso Montessori do Brasil: imaginação, inteligência e emoção. Fui convidado a falar sobre emoção, convivência e violência.
Iniciei a minha fala dizendo:
– O meu nome é Mario, filho de Maria.
O público montessori riu. Maria Montessori, pensadora do método montessori de educação, teve um filho chamado Mario. Mas não é só essa paixão de mãe e filho que me une à Maria Montessori e ao seu Mario. Montessori viu na criança o centro da História: “Se houver ajuda e salvação para a humanidade, só poderá ser através das crianças”.
Foi por volta de 1.900, que Montessori observou que as crianças devem ser prioridade absoluta. Ela anteviu que as crianças precisam de proteção integral, mas ajudar a crescer é deixar a criança ser ela própria. É na criança que se constrói o homem e a mulher.
Um ambiente escolar que recrie o mundo, é só isso que a criança precisa. Um lugar organizado em que ele possa descobrir a relevância de lavar um prato (vida prática), escrever uma árvore (linguagem), contar as flores da primavera (matemática) e imitar as estrelas (educação cósmica). Um ambiente que mostre o conjunto da obra, mas sem esquecer as partes que compõem esse todo. Disciplina, respeito e encantamento.
Oxalá!, o método montessori chegue a muitas crianças do Brasil e do mundo. Independentemente de religião, classe social, pobreza ou riqueza.
Queiram os anjos e os encantados, que a primeira infância seja a prioridade absoluta sempre e em todos os lugares, nas famílias, escolas, universidades, fóruns, delegacias, igrejas, templos, sinagogas, clubes, hospitais, planícies, montanhas, chapadas, terra, mar, nuvens, …
Um mundo que valoriza e compreende a dimensão das suas crianças: do homem e da mulher, que estão a nascer dentro destes fabulosos pequenos seres de luz e destas mentes absorventes.
Essa é minha utopia.
E, quando eu morrer, pois a velhice é a outra face carinhosa das crianças, escrevam em minha lápide: “As crianças são prioridade absoluta”.
É o mais importante.”